segunda-feira, 12 de março de 2012

Como parar a dor – James Burton Richards




Meditações no capítulo I
Ao pensar em dor e sofrimento, inicialmente racionalizamos males ligados a lesões por acidentes, fome e outras coisas relacionadas ao corpo. Mas nem sempre é assim. Exite uma dor resultante de feridas invisíveis – as dores da alma, que podem ter nascedouro de experiências vividas no corpo, como na violência sexual. Podem, inclusive, dependendo do tipo de experiência e pessoa, resultar em somatização. Na Bíblia, o rei Davi mencionava em seus ossos o resultado de dolorosas experiências emocionais devido a seus pecados, como também ao stress da sua monarquia e inimigos.

A reação às frustações é variável. Cada pessoa tem um modo particular. As feridas emocionais resultam nos indivíduos o medo de amar e confiar, um isolamento que pode manifestar-se de forma difusa, dependendo da personalidade e caráter de cada pessoa. Uns tornam-se violentos ou negam suas mazelas, outros se trancam em si mesmos, simplesmente desistem de viver ou, através de algum escapismo, negam o fato. Posteriormente, o indivíduo, quando não percebe nenhum resultado em suas atitudes, pode ficar sensivelmente frustrado, agravando ainda mais o problema.

Para Richards, o sofrimento começa a parar quando se desiste dos "julgamentos" – o direito de ser "juíz" e, se passa a aceitar que na vida, o total controle da história pessoal, para qualquer pessoa, não é uma possibilidade palpável. A aceitação é parte de qualquer processo de elaboração para que o sofrimento comece a desaparecer. O autor não faz apologia as atitudes passivas, mas desafia o sofredor a ter foco naquilo que é realmente importante: os fatores críticos. Podemos chamá-los de metas de vida, o comportamento que provém das crenças e motivações pessoais de cada um. Para ele, ter esses referenciais fará toda a diferença, como uma bússula pessoal no desenvolvimento de uma vida realmente gratificante.